Editorial 18

  Voltar \ Outros Editoriais \ Primeira Página

Uma luz no fim do túnel

O governo anuncia que o orçamento federal para 2005 prevê R$ 1,07 bilhão (US$ 360 milhões) para o início das obras de transposição do Rio São Francisco. O valor é 1/4 do total necessário (R$ 4,2 bilhões) e corresponde ao montante gasto na construção do Canal do Panamá, o que dá mostras da magnitude da empreitada brasileira, tão almejada e necessária para resolver problemas de abastecimento de água do Nordeste.

A obra é sonhada desde 1852, quando o país vivia sob o Império. D. Pedro II mandou executar os primeiros estudos e até o momento, tudo que existe sobre o assunto são planos, projetos e discursos. O governo Lula é o primeiro a acenar com algo concreto, alocando verbas para o próximo ano. Não é segurança alguma – alocação de verbas - devido a pouca credibilidade administrativa passada pelos governantes federais, habituados a cortar rubricas orçamentárias des-tinadas ao saneamento básico e a rodovias.

O Presidente declarou em outubro de 2003: “Vou acabar essa transposição na marra, nem que seja com lata d’água na cabeça”, e isso parece ser sua efetiva intenção. É um bom indício.

Abstraindo a capacidade do Presidente para utilizar metáforas e construir frases de efeito – sem efeito prático nenhum, exceto ganhos políticos pessoais – vamos aceitar que tudo é verdadeiro e que o orçamento seja aprovado e realizado com o valor proposto. Apesar de estarmos em plena campanha eleitoral nos municípios, aflorando in-verdades de todos os lados, de qualquer partido ou candidato, sendo anunciado um crescimento econômico não tão grande quanto o dizem, ainda assim, demos um voto de fé ao que foi anunciado. Que efetivamente em 2005 se iniciem as obras. Espera-se, no entanto, que trabalho dessa envergadura seja executado por empresas nacionais, tão ou mais competentes nesse ramo que as de outros países. É desejável e absolutamente necessário que, depois de con-cluído o projeto, o controle fique com o governo para garantir questões de soberania. Nada de concessões ou PPP (Parceria Público-Privada), abrindo as portas a exploradores estrangeiros.

De acordo com os últimos estudos, a obra vai gerar 185 mil novos empregos. Quando concluída, tornará irrigados 150 mil hectares de terra árida e vai reduzir as internações hospitalares em 14 mil casos por ano. Os números atestam que a iniciativa do governo federal é mais que meritória e oportuna, trazendo de quebra a recuperação da imagem de um grupo político que muito prometeu e, até agora, pouco executou.

Para comentar este assunto clique aqui!

Leia

O Concorrente

Jornal on-line de opinião

Topo

  Voltar \ Outros Editoriais \ Primeira Página