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Publicada em 09/11/2003

Eficiência das privatizações é questionada

 

O SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento) mostra que o setor não vive num mar de rosas. O último diagnóstico realizado aponta que a rentabilidade é exígua. Com um faturamento mensal de R$ 11,8 bilhões e despesas de R$ 11,06 bilhões, a maioria das empresas trabalha no vermelho.

Do faturamento anual, praticamente um terço é perdido com a inadimplência, com as perdas de água no sistema e com as ligações clandestinas, entre outros.

A produtividade das empresas também é baixa. Há quatro empregados por mil ligações de água, quando a referência internacional é de dois por mil.

A participação do chamado "mercado" não é a solução. "O setor não pode ser privatizado, não dá para vender redes de água e esgoto ou estações de tratamento. O que se faz é dar a concessão do serviço a empresas privadas que investem e, depois de anos, devolvem os ativos ao Estado", declarou, à Folha de S. Paulo, Newton de Lima Azevedo, presidente da Ondeo Services do Brasil, controladora das empresas privadas Águas de Limeira e Águas de Manaus.

Há três anos em Manaus, o grupo obteve uma redução no consumo de água da ordem de 12,5% - de 16 mil para 14 mil metros cúbicos mensais - com a instalação de hidrômetros em 57% dos clientes. Especialistas questionam o modelo de privatizações e argumentam que, se a empresa tivesse instalado medidores em todas as ligações de água, a redução teria chegado a mais de 50%. Há três anos, 34% das casas já  tinham o consumo medido.

Por causa disso, o consumo individual ainda é alto: cerca de 500 litros por habitante, quando o aceitável são 200 litros. A empresa perde 68% da água produzida. Cerca de 10 mil metros cúbicos não são faturados por mês devido à falta de medição, a ligações irregulares e a vazamentos. Depois de três anos de operação, a empresa ainda não teve lucro.

 

 

 

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