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Voltar \ Outras Opiniões \ Primeira Página Mais uma tentativa Antonio Zuccolo (*) Acredito que a grande falha na condução do novo ante-projeto de lei de saneamento está na redução da discussão ao tecnicismo. O grande erro que nós, do setor de saneamento, ainda cometemos, advém do hábito de julgarmos tudo a partir de idéias adquiridas e da nossa inclinação em reduzir o que vemos à ciência que prefe-rimos. O setor não precisa de mais um projeto técnico. A questão hoje exige uma obra de engenharia política capaz de interromper o acúmulo de demandas e evitar a neces-sidade de respostas rápidas dos governos, quando o destino de muitos estaria atrelado à decisão de poucos. Não me parece correto que o Governo Federal imponha sua própria estratégia sobre os demais entes, mas sim que ele defina qual é o lugar que cada um irá ocupar nos cál-culos estratégicos do projeto setorial. Todo processo de construção de consensos implica em praticar um sistema mínimo de recompensas e penalidades, o que significaria apenas uma definição estratégica clara sobre quais decisões podem ou não ser tomadas no âmbito de um mar-co conceitual comum. É sempre bom lembrarmos que, nas tentativas anteriores, obscuridades sobre os objetivos fizeram com que os con-flitos terminassem por diluir o sentido da missão. Mas, apesar da falha de origem, aqui vai minha avaliação pragmática, a partir de perguntas para as quais o ante-projeto de lei deveria oferecer respostas:
-Nenhum.
-Nenhum.
-Nenhum.
-Não, apenas mantém o processo de estrangulamento em vigor.
-Não, apesar de não proibir. Minhas conclusões: (1) As Companhias Estaduais não estão condenadas ao desaparecimento: elas terão que se reinventar e explorar sua capacitação no sentido de colocar o seu papel estraté-gico em projetos de gestão associada de entes distintos da Federação; (2) Continuamos desprezando a capacidade do setor pri-vado em proporcionar ganhos sócio-econômicos nas ativi-dades de saneamento ambiental; (3) O capital privado ficará cada vez mais distante do se-tor de saneamento; (4) O setor de saneamento tenderá para o lado assis-tencialista do Governo Federal, forçando uma opção política contrária ao equilíbrio fiscal do setor público. Portanto, caso o projeto vire lei, nada será óbvio. Nem indolor.
(*) Antonio Carlos Franco Zuccolo é engenheiro, especialista em saneamento e consultor na área de desenvolvimento institucional. :05072004: Leia Jornal on-line de opinião
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