Entrevistas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Nos testes da Saneago, os eliminadores de ar mostraram baixa confiabilidade e baixa eficiência."

Miguel da Rocha Lima

 

Miguel da Rocha Lima é engenheiro da Saneago - 

Cia. de Saneamento de Goiás. Desempenha a função de Gerente de Hidrometria e Pitometria e, ouvido pelo AQUA.ENG.BR, assim se manifestou:

 

Aqua - As perdas de água tratada chegam a 50% em algumas cidades brasileiras. O que deve ser feito para diminuir este percentual, na sua opinião?

Engº Miguel - Gestão competente no controle de perdas visando a confiabilidade de dados da Macromedição e Micromedição para definir ações para diminuir perdas físicas não visíveis e perdas por submedição.

Aqua - O pagamento pelo uso da água, que será medido pelo volume captado, vai realmente reduzir perdas e desperdícios?

Engº Miguel -  Se quem vai pagar pelo volume produzido é o produtor que também distribui, acreditamos que haverá maior preocupação em perder o menos possível nessa distribuição (a dor no bolso, às vezes, fala mais alto que a consciência). A redução de desperdícios na produção e distribuição será também uma conseqüência.

Aqua - São freqüentes os encontros internacionais que discutem a falta de água potável no planeta em poucos anos. Como o senhor analisa este problema?

Engº Miguel - Penso que é um problema sério, importante e real, entretanto e infelizmente, a sistemática de equacionamento de soluções possíveis tem um fator político-econômico importante, e aí...

Aqua - Existem projetos para remover geleiras como forma de suprir necessidades de água doce. A dessalinização da água não seria um caminho com menores riscos ambientais?

Engº Miguel - Não tenho opinião formada a respeito.

Aqua - Está crescendo o número de fabricantes de eliminadores de ar no Brasil. Até que ponto este equipamento interfere na micromedição de água?

Engº Miguel - Os equipamentos eliminadores de ar que a SANEAGO já testou, mostraram baixa confiabilidade e baixa eficiência, sem falar da questão contaminação em casos de inundação. Ainda não recomendamos seu uso.

Aqua - A tecnologia brasileira de medidores de água vem acompanhando o desenvolvimento no mundo?

Engº Miguel - Acreditamos e esperamos que sim e, logicamente, compreendemos as dificuldades encontradas pelas diferenças culturais e econômicas dos usuários entre os diversos países.

Aqua - O hidrômetro Classe "C" veio para medir consumos em baixas vazões. Pode-se dizer que ele contribui para reduzir perdas e desperdícios?

Engº Miguel - Acreditamos que a proposta do Classe "C" seja justamente essa. Resta saber, por quanto tempo e se é viável economicamente. Estamos com um piloto de 50 hidrômetros Classe "C" marca ABB para verificação e avaliação.   entrevistamiguel-16.10.00

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