Publicada em 24/05/2007
e atualiza em 25/05/2007.
Mauá
intervém na concessão
de esgotos
O prefeito Leonel
Damo, de Mauá
- Grande São Paulo - decretou ontem a intervenção nos serviços de
esgotos concedidos à ECOSAMA (Empresa Concessionária de Saneamento de
Mauá S.A.), propriedade da empreiteira Gautama, que é alvo da operação Navalha
da Polícia Federal.
As razões da intervenção
foram irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado, no
processo licitatório que resultou na assinatura de contrato em
2003.
A intervenção dura até o
final do processo movido pelo Tribunal de Contas, que analisa a
licitação realizada na gestão do prefeito à época, Oswaldo Dias, do
PT.
"O Ministério
Público e o Tribunal estão trabalhando no caso. Prefiro esperar as
conclusões para me manifestar", disse o prefeito Leonel Damo. No
entanto, Damo informa que, caso haja confirmação das irregularidades,
irá buscar meios de romper o contrato.
"A ECOSAMA assinou o
contrato de concessão junto à Prefeitura Municipal de Mauá em 10 de
janeiro de 2003 e logo após deu início aos seus serviços", informa o
site da concessionária. "Na realidade, a vencedora da licitação
foi a Construtora Gautama, que é uma empresa com longa tradição no
ramo da construção civil e com atuação em todo o país", completa.
Estava previsto
o tratamento de 90% dos esgotos de Mauá, no prazo máximo de 5 anos,
mas a concessionária declarou à mídia que não irá construir a ETE
(estação de tratamento de esgotos). Para essa finalidade, a ECOSAMA já
tinha adquirido terreno de 45 mil m2, segundo divulga ela
em seu site.
O contrato tem prazo de
30 anos e valor de US$ 1,6 bilhão. A concessão abrangeu apenas os
serviços de esgoto, permanecendo o abastecimento de água com a SAMA
(Saneamento Básico do Município de Mauá). Segundo divulgado pela
imprensa, a ECOSAMA fatura mensalmente em torno de R$ 1,7 a 1,8
milhões.
Licitação -
De acordo com conselheiros do Tribunal de Contas, havia detalhes que restringiam a competição entre os
interessados. De 41 empresas que retiraram o edital à época, apenas a
Gautama e um consórcio formado por duas empresas conseguiram se
habilitar e apresentar propostas.
A vencedora suspeita
- A Construtora Gautama é a empreiteira de obras públicas que está no
foco das investigações da Polícia Federal na operação chamada
"Navalha". Ela é investigada pela suposta participação na fraude em
licitações, elaborando editais viciados com direção certa ao vencedor.
Estão envolvidos pela
operação Navalha altas autoridades dos governos federal, estadual e
municipal, resultando na prisão de governadores e na queda de
ministro, entre outras conseqüências criminais.
O proprietário do grupo
Gautama, Zuleido Veras, está preso.
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