Publicada em 10/06/2007
Batalhão Pedro II inicia transposição do São Francisco
O Segundo Batalhão
de Engenharia sediado no Piauí, iniciou nesta semana, dia 5, as
obras de transposição do Rio São Francisco. O grupamento militar foi
rebatizado como Batalhão Pedro II em homenagem ao imperador
brasileiro, primeiro governante a tentar fazer a grande obra em 1852. Vindos
de Teresina, 50 militares aportaram em Cabrobó (PE) para dar começo
aos trabalhos. Outros 200 virão de Picos (PI) e chegarão amanhã ao
município de Floresta (PE).
O marco deu-se na cidade
de Cabrobó. Lá o Exército demarcou o local onde será erguida a
primeira parede de cerca de 20 metros de altura, de onde sairá um dos dois
canais de concreto que levarão água para os estados de Pernambuco,
Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. Estão previstos, na primeira
etapa, R$ 3,3 bilhões destinados a empreiteiras privadas que tocarão
as obras, em prosseguimento ao que foi iniciado pelo Exército.
O governo federal
pretende atingir um estágio tal que impeça a paralisação da obra com o fim
do mandato Lula. Está programada a conclusão do trecho Leste ainda no
atual governo e o trecho Norte deverá estar com parte em funcionamento até
o mesmo prazo, 2010.
A transposição do São
Francisco está sendo
comparada pelos militares às grandes obras executadas nos anos 70: a
Transamazônica, Itaipu e a ponte Rio-Niterói.
Custo antecipado
- Segundo a Folha de S. Paulo publicou hoje, "até o dia da chegada do Exército a
Cabrobó - e antes portando, de começar a obra -, o governo federal já
havia gasto com a transposição das águas do rio São Francisco R$ 443
milhões, mais do que o dobro do custo das ações de revitalização do
rio no mesmo período, de R$ 200 milhões, mostra pesquisa feita no Siafi (sistema informatizado de acompanhamento de gastos federais)".
Para chegar a essa
conclusão o jornal contratou a Ong Contas Abertas que pesquisou os
gastos públicos com a transposição.
Ainda segundo o jornal, parte
desse dinheiro foi aplicado em obras complementares, como o canal do
sertão alagoano, executado pela Construtora Gautama, alvo de
investigações policiais por fraudes em licitações.
Mais
- O projeto de
transposição do rio São Francisco pretende desviar parte do curso do
rio, que corta os estados de Minas Gerais, Bahia e Alagoas, para
solucionar o problema de falta de água em outros estados nordestinos,
como Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba .
A água transposta do São
Francisco custará R$ 0,11 por metro cúbico, segundo dados do projeto.
Os opositores à obra alegam que esta será a água bruta mais cara do
mundo, mesmo sem incluir a derivação final até a propriedade que dela
fará uso. No Nordeste, o custo médio dos projetos da CODEVASF
(Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba)
é de R$ 0,023 por metro cúbico.
Leia opinião do Aqua e
mais detalhes sobre a transposição do Rio São Francisco no editorial
O Velho Chico. No final do texto
estão disponíveis 5 áudios sobre o rio. O último deles trata da
transposição.
COMENTE esta notícia clicando aqui
Topo
Voltar :
Outras Notícias :
Primeira Página