Publicada em 26/06/2007
Gás estufa deixa de ser problema e vira solução na Amazônia
O metano (CH4),
gás de efeito estufa sobre a Terra, poderá deixar de ser um problema
como sub produto poluente das hidrelétricas. Técnicos do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Inpa (Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia) desenvolveram método para capturar o metano
formado nas águas das represas, antes de ele ser liberado para a atmosfera ao passar
pelas turbinas.
Capturado, o gás pode
ser queimado para gerar energia elétrica, aumentando o potencial
gerador do sistema em até 60%. O metano será usado como combustível em
termelétricas a serem construídas junto às hidrelétricas. A queima vai
liberar outro gás-estufa, o dióxido de carbono (C02), no
entanto, este é um gás 23 vezes menos poluente que o metano.
O metano se forma e
permanece no fundo da represa até ser liberado
quando a água aciona as turbinas e perde pressão, como ocorre em uma
garrafa de champanhe borbulhante. Antes da liberação, os técnicos pretendem
fazer a captura com métodos simples, segundo informam. "Não existe
nenhum item de tecnologia para fazer isso que já não tenha sido
desenvolvido, que não seja de gaveta", afirma Fernando Manuel Ramos,
do Inpe.
As represas amazônicas
tendem a produzir mais metano porque o volume de plantas submersas que
se decompõem e liberam carbono ao apodrecer é maior que em outros
sistemas.
A hidrelétrica de
Balbina, no Amazonas, poderá ter um acréscimo de 60% - cerca de 80 MW
- na produção de energia elétrica com a implantação da nova tecnologia e
Tucuruí, no Pará, pode gerar mais 35%.
Os ganhos são ambientais
e econômicos. Todo o processo diminuiria a liberação de metano em 65%,
reduzindo o efeito estufa. Por outro lado, se convertidos em créditos de carbono,
somente Balbina arrecadará cerca de U$ 20 milhões por ano. Esse dinheiro virá dos investimentos de países ricos que
necessitam compensar suas emissões de gás estufa.
A construção de
termelétrica a gás junto à hidrelétrica já existente trás inúmeras
vantagens. Boa parte da infra-estrutura é aproveitada. "A
gente geraria energia onde já existem os linhões para distribuí-la ou,
quando muito, ampliar esse linhões. Isso é mais barato e dispensa a
obtenção das licenças ambientais para fazer novos linhões, o que é bem
complicado", afirma Ramos.
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