Recursos naturais levaram o Brasil

a anexar o Acre

Hoje faz 100 anos que o Acre foi oficialmente anexado ao solo brasileiro. Brasil e Bolívia formalizaram em documento o que na prática os seringueiros armados já haviam feito: tomar conta do território. 

A produção de borracha, em plena expansão na época, era o foco de interesses internacionais na superfície em disputa. Os bolivianos queriam arrendar a área. Pelo tratado de Petrópolis, o Brasil pagaria 2 milhões de libras esterlinas, construiria a estrada de ferro Madeira-Mamoré, que permitiria o escoamento da produção boliviana, e cederia uma área de 2.200 km².

Segundo Gerson Albuquerque, chefe do departamento de história da Universidade Federal do Acre, o Brasil não pagou a dívida. Apenas a estrada de ferro foi construída.

Durantes as negociações, Rio Branco avaliava que só um acordo com dinheiro anexaria o Acre. No entanto, "Rui Barbosa foi um contrapeso nas negociações. Ele não aceitava ceder nada do território brasileiro nem mesmo pagar pela região", declarou José Henrique Fischel, professor de direito internacional.

O Estado do Acre tem 153 mil km² e população aproximada de 600 mil habitantes. A capital, Rio Branco, tem em torno de 250 mil habitantes, cerca de 40 mil ligações de água e fica a 3.123 quilômetros de Brasília.