Aqua Notícias

Hoje é 

 

  Voltar :: Outras Notícias :: Primeira Página

Publicada em 28/01/2004

Mexilhão-dourado dificulta

captação de água

Nos últimos anos a região metropolitana de Porto Alegre tem enfrentado um novo problema na captação de água. Trata-se da presença de um molusco "importado" na água de navios.

O mexilhão-dourado, limnoperna fortunei, é originário da China e do Sudeste Asiático. Instalou-se em 1998 no Lago Guaíba. Presume-se que esse organismo tenha chegado ao local por meio da água de lastro de navios mercantes, rotineiramente descarregadas nas operações portuárias. Possivelmente, essa operação tenha oportunizado a introdução da espécie exótica no novo ambiente. Na América do Sul, o primeiro registro de ocorrência do molusco foi em 1991, no Rio da Prata, na Argentina.

Na capital - O DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos), responsável pelo abastecimento de Porto Alegre, iniciou estudos em 2000 nas estações de captação de água para avaliar a presença desses moluscos.

A Revista Ecos (número 22), editada pela autarquia, publicou estudo realizado por seus biólogos Evandro Ricardo da Costa Colares, Maria Mercedes Bendati e Márcio Suminsky. A constatação fundamental e preocupante do estudo foi de que todos os sistemas de tratamento do DMAE, que captam água do Guaíba, encontravam-se colonizados por limnoperna fortunei em diferentes graus de infestação.

Os sistemas de bombeamento de água bruta são todos suscetíveis à incrustação do molusco. Esse fenômeno pode ser verificado nas tubulações, nas bombas, grades e paredes de câmaras, provocando a redução dos diâmetros internos. Resulta assim na diminuição da velocidade do fluxo, dificultando a operação das estações. Quando o sistema está infectado pelo mexilhão adulto, é necessário fazer a remoção física do molusco por meio de raspagens e aplicação de produtos químicos, segundo o estudo.

Os biólogos propõem "em sistemas já existentes, implementar medidas de inspeção e monitoramento dos pontos considerados como críticos e já verificados como suscetíveis à implementação do molusco, realizando-se uma ação padronizada em todas as EBABs (Estação de Bombeamento de Água Bruta) e ETAs (Estação de Tratamento de Água)".

Na região metropolitana - Cerca de 300 quilos de mexilhões dourados, que obstruíam a passagem da água reduzindo a vazão em 10%, foram retirados ontem (27/1) do arroio das Garças, em Canoas.

Durante limpeza feita por técnicos da Corsan (Cia. de Saneamento do Rio Grande do Sul) nos equipamentos da EBAB, o abastecimento de 50% de Canoas e de Cachoeirinha ficou comprometido. Segundo o superintendente da Corsan no Vale dos Sinos, Edson Helfenstein, os mexilhões dourados também causam transtornos em Bom Retiro do Sul e em Barra do Ribeiro. A bióloga Áurea Giordani acompanhou a remoção.

Para comentar esta notícia, clique aqui

 

                    Últimas 5

26.01.04, 62

Gaúchos querem privatizar esgoto e gerar 10 mil empregos

24.01.04, 61

Congresso Nacional discute PPP em regime de urgência.

21.01.04, 60

Governo quer titularidade do saneamento básico com municípios.

21.01.01, 59

Inaugurado novo sistema de esgotos no balneário do Cassino.

20.01.04, 58

Transporte de urânio por águas brasileiras foi autorizado.

                                   

 

Topo

  Voltar :: Outras Notícias :: Primeira Página