Degelo está elevando o nível dos mares

O derretimento das calotas polares está elevando o nível dos mares. A conclusão está no trabalho desenvolvido pelos cientistas Laury Miller, do Laboratório para Altimetria de Satélite da Noaa (sigla em inglês para Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera) e Bruce Douglas, da Universidade Internacional da Flórida.

A partir de 1995, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática - em inglês) já vinha estimando que o aumento do nível dos oceanos é da ordem de 1,5 a 2 mm por ano. A idéia geral era que a principal razão do aumento estava no aquecimento da massa líquida e sua conseqüente dilatação. Os cientistas admitiam que a elevação da temperatura da água fosse o elemento principal pelo acréscimo no nível dos mares, no século passado.

Miller e Douglas, reavaliando dados colhidos em regiões específicas do Atlântico e do Pacífico, comprovaram o que era opinião geral: a causa é mesmo o degelo das calotas polares.

Os dois cientistas confirmaram que há um acréscimo de 2 mm por ano, devido ao derretimento (1,5 mm) e à dilatação dos mares (0,5 mm).

"Nossa análise apóia estudos anteriores que colocavam a taxa do século XX na faixa de 1,5 a 2 mm por ano, mas, mais importante, sugere que o aumento de massa tem um papel maior do que o aquecimento dos oceanos no aumento global do nível do mar", afirmam Miller e Douglas.

O degelo das calotas polares é atribuído ao efeito estufa, fenômeno que leva ao aquecimento excessivo da Terra, provocado pelo aumento da taxa de CO₂ (gás carbônico) e CH₄ (gás metano) presentes na atmosfera, o que causa a retenção do calor gerado pela luz do Sol.