16/03/2017
Em quatro anos, Boletins de
Ocorrência por furto de água aumentam 477% na Grande São Paulo
O número de Boletins de Ocorrência por furto de água registrados pela
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) teve
crescimento de 477% em 2016, se comparado com 2013, ano anterior ao
início da crise da água.
O aumento deve-se em grande
parte ao início das operações conjuntas entre a companhia estadual e
a Secretaria de Segurança Pública, em 2014, e também à contribuição
constante da população que fez, em média, 59 mil denúncias de fraudes
por ano, no período.
A Sabesp mantém equipes permanentes que
analisam o consumo dos clientes e realizam vistorias com o objetivo de
verificar casos suspeitos. Com o início da crise hídrica essas ações
foram intensificadas, tendo em vista que os fraudadores não se
preocupam com o desperdício e acreditam que
não irão pagar pelo alto consumo.
É comum entre quem comete o crime deixar
torneiras abertas e não consertar vazamentos. Em 2014 foram
realizadas nove operações conjuntas, enquanto em 2015 esse número
chegou a 36.
Em 2013, foram registrados 45 Boletins de Ocorrência na Região
Metropolitana de São Paulo e Região Bragantina. Com o início das
operações com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o número saltou
para 135, em 2014. Comparando 2015 com 2016, o aumento foi de 31%,
passando de 198 para 260 casos.
No intervalo de quatro anos, o número de
fraudes constatadas passou de 13,5 mil para 25,9 mil, ou seja, 91%
a mais.
Boletins de Ocorrência registrados
entre 2013 e 2016
Em 2017 a tendência é que a alta seja
ainda maior. Nos dois primeiros meses do ano, foram registrados 73
Boletins de Ocorrência, número que supera todo o primeiro semestre de
2016, sendo 630% maior do que o do primeiro bimestre de 2013.
Boletins de Ocorrência registrados
nos dois primeiros meses.
O auxílio da população no combate a esse
crime que afeta a todos é fundamental. Além de sofrerem o
monitoramento do trabalho realizado pela Sabesp, os criminosos podem
ser vigiados pelos próprios vizinhos, que desconfiam quando alguém
está usando água além do normal.
Para fazer a denúncia, basta ligar para
a Central de Atendimento da Sabesp
(195) ou para o Disque-Denúncia (181). Em ambos os casos a chamada
é gratuita e não exige a identificação de quem telefona.
A pena para o furto de água é de um a
quatro anos de reclusão, além de multa e pagamento retroativo pelo
consumo estimado no período.
Cinco fraudes de grande porte -
Em operação conjunta com a SSP realizada na semana passada, foram
detectadas cinco fraudes de grande porte na Capital.
A maior delas foi verificada numa
galeria localizada na esquina da Avenida Senador Queiroz com a
Rua Florêncio de Abreu, no Centro. O imóvel mantinha uma ligação
direta feita após ter o abastecimento de água suprimido em agosto de
2016.
Foram furtados 3,6 milhões de litros de
água, e o proprietário foi levado ao 4º Distrito Policial (Consolação)
para o registro do Boletim de Ocorrência. Também há uma pendência
judicial com o imóvel por débitos da ordem de R$ 280 mil.
No Pari, Região Central, um
estacionamento consumia água também através de ligação direta. O
locatário foi autuado em flagrante, conduzido à 12º Delegacia de
Polícia (Pari) e responderá por furto de autoria conhecida. Foram
desviados 96 mil litros em seis meses.
Já na Vila Pompeia, Zona Oeste, um
lava-rápido consumia água com hidrômetro manipulado, diminuindo o
volume consumido. O responsável foi encaminhado à 23º Delegacia de
Polícia (Perdizes) para o registro do Boletim de Ocorrência. O
estabelecimento furtou 168 mil litros no período de um ano.
Um restaurante na Barra Funda, Zona
Oeste, foi flagrado com consumindo água com o hidrômetro alterado. O
gerente e o proprietário foram encaminhados à Delegacia de Polícia de
Perdizes. Foram furtados 387 mil litros em nove meses.
Por fim, alterações em outro hidrômetro
foram encontradas em uma academia na Vila Clementino, Zona Sul. O
volume desviado foi de 117 mil litros em três meses, e um funcionário
foi encaminhado à 27º Delegacia de Polícia (Campo Belo).
No total, o volume furtado nesses cinco
casos foi de 4,368 milhões de litros de água, o que equivale ao
consumo diário de 39 mil pessoas.
Topo
Outras notícias
:
Primeira Página
Dólar e euro hoje:
|