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opinião, fundado em 15 de abril de 2004.

A diagramação é boa com tela maximizada.

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Uma história leve, séria e atual.

Desabafo

Rose M. Ramos Valentim ^(*)

Nós, o povo brasileiro, estamos sem rumo. Olhamos para os lados e não compreendemos. Onde erramos? Esta corrupção não faz parte de meu mundo, é difícil compreender o pensamento de nossos políticos. Políticos? Penso que, o que temos não é política, nem políticos. Um político, já dizia Aristóteles, não pensa em seu próprio bem, mas no que é bom para o povo.

Acredito que a esperança está no futuro, na educação política e filosófica que possamos proporcionar a nossas crianças. A curto prazo, só se as comunidades intelectuais promovessem uma campanha de boicote, uma greve silenciosa, na qual, por um período (24 horas por exemplo) o povo unido, não utilizasse telefone, energia, transporte, banco; nem fizesse compras. Como uma sinalização de repúdio às distorções dos conceitos conquistados pela humanidade. Tenho até receio de usar o termo comunidade de intelectuais, pois hoje já nem confio nos que assim se intitulam.

Podemos confiar nas palavras de um presidente? Em um campeão de F1? Em um juiz? Em uma ONG? O que significam os altos cargos? Os grandes títulos? Que aqueles que os ocupam são virtuosos, merecedores e confiáveis? Para mim é aí que está a distorção: os cargos, os títulos, existem e temos seus conceitos definidos, mas aqueles que os ocupam não são adequados, então, como chegaram lá?

Dizem que as eleições são as armas do povo, mas não temos escolha, mesmo que escolhamos aqueles que nunca estiveram no poder, sabemos que são marionetes dos poderosos para dividir nosso voto, por isto, penso num boicote, para dizermos: não somos bobos, estamos percebendo o jogo. Seria melhor que os homens vivessem iludidos pelo ideal platônico, ao menos perseguiriam a perfeição!

Amigo, isto é só um desabafo. Rose.

(*) Rose Maria Ramos Valentim, gaúcha residente em Salvador (BA), é acadêmica de Filosofia e cola grau no final deste ano, na FBB (Faculdade Batista Brasileira).

Orgulhoso do que mesmo?

Adib Jatene e seu orgulhoso sorriso

A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movi-mentações Financeiras) está sendo tornada perene, como se esperava. Começaram as gestões em Brasília para transformar em permanente esta via de achaque ao bolso do cidadão. Tiveram início também as justas reclamações contra aberração tamanha.

Adib Jatene, que dizem ser pessoa de bem e simpático, além de cometer o erro de criar tal tributo, declara com orgulho que esta foi sua grande realização. Uma lástima que se orgulhe por fato tão negativo, já que o setor de saúde em nada mudou, apesar do que foi prometido na época.

Os contrários de sempre argumentam que a CPMF é inconstitucional - uma verdade, pois se trata de dupla tributação - e que a taxa não respeita o princípio da capacidade contributiva, já que todos, ricos e pobres, pagam a mesma alíquota de 0,38 por cento sobre os valores de cheques. O grande risco do argumento é alertar os doutores do governo sobre isso. Serão capazes de atender à reclamação, criando alíquotas diferenciadas: a atual, para pequenos cheques, e outras maiores para cheques mais elevados. Seria a perversidade plena, certamente apoiada com orgulho pelo simpático e sábio Dr. Jatene.

Grandeza

Ao ser elogiada pelo texto de hoje, enviado por ela a um amigo de rede na internet, Rose Valentim foi modesta.

- Imagina! Palavras ao vento, palavras mortas! Perigoso é eu tomar gosto! (...) A autoria se dissolve quando alguém mais concorda com as mesmas idéias - disse ela.

Rose, por favor, tome gosto.

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