O Brasil vai participar da COP-9 (Conferência das Partes da Conveção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), em realização na cidade de Milão, na Itália.

Viaja neste domingo (7/12), o secretário-executivo do MMA (Ministério do Meio Ambiente), Claudio Langone. A reunião teve início dia 1º e vai até 12 de dezembro.

Na conferência, devem ser definidas regras para atividades florestais em paises em desenvolvimento que poderão ser validadas no MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), do Protocolo de Quioto. O MDL prevê a criação de instrumentos de mercado que levem à redução dos custos para diminuir as emissões de poluentes.

O Brasil vai informar que, apesar de não ter obrigações explícitas de reduzir suas emissões, promove uma série de medidas que ajudam a diminuir a poluição atmosférica. Citará o ProÁlcool, Proconve (controle da emissão veicular), Procel (combate ao desperdício de energia elétrica) e Compet (racionalização do uso do petróleo). Serão mencionados também os investimentos em fontes renováveis (solar, eólica, biomassa) e o combate ao desmatamento e às queimadas.

A COP-9 acontece em momento de dúvida com relação aos esforços para criar uma cooperação internacional efetiva. "O progresso na implementação dos acordos na área de mudança do clima está sendo prejudicado pela incerteza em torno da entrada em vigor do Protocolo de Quioto", disse Langone. Os EUA estão fora do tratado e a Rússia, indefinido, ameaça não aderir e fazer naufragar o Protocolo.

Cientistas fizeram um novo alerta nos últimos dias. As mudanças climáticas, como as enfrentadas pela Europa, decorrem da poluição causada pela atividade industrial. E mais, o homem sofrerá catástrofes de todos os tipos e cada vez mais graves, se as emissões de poluentes não forem contidas.

A COP-8, em Nova Deli, na Índia, foi palco de impasses em 2002. A questão sobre quando os países em desenvolvimento adotarão ações concretas para reduzir suas emissões, era uma delas. Foi proposto que se fixassem metas para o período pós 2012, mas alguns países, especialmente a Índia, rejeitaram a sugestão.

A mudança climática global é considerada um dos problemas ambientais da atualidade. É constatada uma elevação em quase 1ºC na temperatura média da Terra nos últimos cem anos, conseqüência do aumento do efeito estufa.

Participam ainda da COP-9, pelo Brasil, Rubens Börn, da ong Vitae Civilis, e José Adilson Vieira, do GTA (Grupo de Trabalho da Amazônia).