A Casan e a privatização do saneamento
As
privatizações foram largamente incentivadas pelo governo da
Inglaterra, levando seus simpatizantes a defender também o "estado
mínimo" nos anos 80 e 90 do século XX.
Margaret
Thatcher implantou a política
liberal, privatizando
empresas como a
Bristish Airways,
telefonia, energia elétrica e transportes.
A defesa de um estado sem
interferências significativas no mercado, beirando a uma
acracia, é o tom reinante do liberalismo imposto pelo
Governo Federal. Está sendo privatizado o maior número possível de segmentos
públicos. O objetivo é ceder aos investidores os meios produtivos
geridos pelo estado. Como consequência, o governo perde fontes de receita, do qual
é bom exemplo a Vale do Rio Doce. Vendida por FHC em 1997, e chamada a
jóia da coroa pelos lucros abundantes
auferidos, a Vale nunca teve explicação plausível para
ser entregue ao capital privado.
Agora chegou a vez do saneamento, uma verdadeira mina
de ouro em termos de faturamento e lucro. Se ele não é eficiente o
quanto se necessita, não é por falta de recursos. As tarifas
cobradas pelas operadoras públicas, especialmente as estaduais, são
adequadas. Estão entre as mais altas do mundo e poderiam ser revertidas
em mais investimentos, mas não aparecem como
tal por razões desconhecidas.
Ainda assim e admitindo que o saneamento seja
deficitário, cabe ao poder central socorrer se houver
necessidade, dada a importância do setor. Razões não faltam. Entre
elas está a inegável contribuição do saneamento para a saúde pública. Mas, o
Governo Federal jamais se mostrou disposto a colaborar com
financiamentos, independentemente de quem o tenha liderado ou lidere
ao longo de décadas. A burocracia e o nível de exigências são de tal
ordem que inviabilizam a obtenção de recursos. Os pequenos
municípios, possivelmente os mais necessitados do setor, sentem essa dificuldade.
Enquanto isso, o gestor privado estará livre de
entraves, pois os recursos são oferecidos mediante financiamento
público já no edital de
licitação. Neste sentido, a ASSEMAE (Associação Nacional dos
Serviços Municipais de Água e Esgoto) salienta o que dizem
especialistas: "O setor privado não investe com recursos próprios,
ele capta recursos públicos", segundo Ana Lúcia Britto, professora
da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e coordenadora do
Laboratório de Estudos de Águas Urbanas.
Em meio ao
surto de privatizações e desmonte do setor público no momento atual,
surge um exemplo de descaso e desperdício de recursos.
A Casan (Cia. Catarinense de Águas e Saneamento)
prometeu despoluir a Beira-Mar Norte de Florianópolis, devolvendo à
cidade sua praia central em condições de balneabilidade. A promessa
foi feita e as obras executadas pelos gestores que deixaram o cargo
em dezembro último. Exatamente há um ano. A Beira Mar Norte chegou a
ter água aparentemente limpa, embora ainda não balneável. Houve
esperança de que tudo daria certo.
Para travar o projeto, em janeiro de 2019 assumiu uma
equipe partidária do "estado mínimo", alinhada ao Governo Federal
que, todos sabemos, tenta impor a venda do saneamento ao
empresariado. Este seria mais eficiente que os municípios e as
companhias estaduais. Ora, com os financiamentos fáceis que receberão
as empresas privadas, também o setor público seria mais eficiente. E
com uma enorme vantagem, sem visar o lucro que força aumentos nas
tarifas. Sim, é uma falácia dizer que baixarão as tarifas com as
privatizações. Aguardemos e veremos.
Bem, no exemplo citado, a Casan está sucateando
criminosamente o projeto de balneabilidade prometida. As estações de
interceptação e bombeamento estão sem manutenção, bombas estão
parando e o esgoto volta a ser jogado in natura ao mar. Mais um
exemplo da medíocre gestão política que não reconhece as boas ações do
governante que o precedeu.
O projeto da
sonhada praia limpa no centro de Florianópolis foi
jogado no lixo, ou seria no esgoto? O dinheiro investido nele em 2018, cerca de R$ 18
milhões, seguiu o mesmo caminho. Com isso, a Casan perde credibilidade,
beirando a irresponsabilidade.
É a contribuição catarinense para o
sucateamento do setor, com vistas a levar o povo a exigir que o
saneamento seja submetido ao martelo do leiloeiro. Exatamente como foi
feito com o setor elétrico e a telefonia, no último governo alinhado
ao liberalismo e às privatizações. Por tal conduta, Fernando Henrique
Cardoso foi brindado por Palmério Dória com o título de "Príncipe da
Privataria".
(Publicado
originalmente em editorial do
AQUA.ENG.BR)
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Acidente grave expõe violência dos
ônibus em São Paulo
Um morto e treze feridos foi o
resultado de uma colisão violenta entre um ônibus e um
micro-ônibus, na esquina das ruas Faustolo com Auréilia, no
Bairro Lapa, em São Paulo.
Dia Mundial da Água, há o que comemorar
Habitualmente, em 22 de março fala-se sobre os males que o homem
causa ao Planeta e sobre as ameaças que ele representa
aos recursos hídricos.
Palestras, seminários e alertas são feitos em
favor da sustentabilidade, e muito pouco se concretiza como benefício
obtido, sem prejudicar a Natureza.
Mas duas
ações, ocorridas aqui mesmo no Brasil, trazem alguma esperança.
Espelho Vivo é marca
registrada do grupo teatral criado e dirigido por Leci Rech
Para a jornalista e dramaturga Leci Rech, "A
pessoa não pode sair do teatro sem nada na cabeça". Com este
propósito, ela escreve peças, montou um grupo e dirige os ensaios até subir ao
palco para mostrar seu trabalho.
Espelho Vivo tem marca registrada
O Teatro Ruth Escobar é testemunha disso.
Lá
o Grupo apresentou peças como, "Tem coelhada no jantar", "O
macaco zebrado" e "Quem vê cara não vê furacão", entre outras que agradaram ao
público infantil e também aos adultos.
Um shopping sobre trilhos
Para comprar água engarrafada,
quinquilharias eletrônicas, pipoca, balas, chocolate, batata frita, capa
para celular, pen drive, porta-documentos e muito mais, não vá à Rua
Santa Efigênia ou a um super-mercado.
Tome o metrô ou um trem da
CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e desfrute da comodidade
de receber a oferta em suas mãos, literalmente.
Ironias à parte, os serviços
de transporte coletivo prestados pelo Metrô de São Paulo e pela CPTM virou um
comércio sobre trilhos, tal é a invasão de ambulantes que se espremem dentro
dos trens lotados, ofertando bebidas e bugigangas aos passageiros.
"Casadas à força nos EUA"
Com este título o jornal Folha de S. Paulo publicou,
no domingo (11/12), matéria surpreendente.
Em página inteira, com reforço intitulado
"Maioria das meninas se casa com adultos, diz ONG", o jornal publica foto de
Naila Amin, "forçada a se casar nos EUA aos 15 anos com um primo que batia
nela".
Manchete interna do jornal Folha de S. Paulo
Supremo servilismo
A manutenção de Renan Calheiros como
presidente do Senado, mas fora da linha de sucessão presidencial, é mais um
casuísmo inventado pelo STF.
Novamente a corte suprema fatia a
Constituição Federal e cria artifícios para atender interesses setorizados,
esquecendo que sua função maior é justamente ser o "Guardião da Carta
Magna".
Um governo de ladrões, diz
"Coxinha" da Paulista sobre Temer
Receita para destruir um
pais
Democracia
à inglesa e epistocracia
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