@@@ Um ponto de livre opinião |
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Equipe Aqua ::: Ano 12, Nº 62 : São Paulo, 08 de Março de 2016 √ |
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Mirian Dutra Schmidt
A pessoa não pode sair do teatro sem nada na cabeça Entrevista com a autora da peça Quem vê cara não vê furacão. Tem o Governo integridade moral para propor aumento de impostos? Questionam-se os motivos que levaram a Prefeitura a implantar tão ousada decisão. Há quem invoque motivos eleitoreiros, quem fale em possíveis benesses com a enorme mudança das placas de sinalização e instalação de radares na via pública, ou mesmo com a cobrança de multas, enfim, motivos e ilações não faltam.
O mundo nuclear, a ética e os acordos entre seus membros As potências do mundo, os EUA e mais cinco países, acabam de liberar os embargos impostos ao Iran, por ter aquele país cumprido o acordo nuclear assinado em 2015...
Polícia paulista "envelopa" manifestantes e revive os tempos da ditadura
O paulistano se tornou um povo cordado e até o consideram amante de filas. É fila em farmácia, ...
Macaco Zebrado divertiu e educou a garotada.
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A República de Curitiba Da primeira vez, em 1954, Getulio Dorneles Vargas não resistiu e cometeu suicídio. Dez anos depois, João Belchior Marques Goulart não resistiu e foi deposto, exilando-se no Uruguai para não ser preso. A terceira vez está em curso. Dilma Rousseff vai resistir? O que há de comum entre os três presidentes é o fato de todos terem governado para o povo e o país. Assim foi também com o ex-presidente Lula. Os quatro tinham um objetivo: o bem estar social e o desenvolvimento. Por isso foram rotulados de "populistas", como se o "governar para o povo" fosse crime e não uma obrigação. Na oposição atuavam os partidos políticos representantes da elite financeira em cada época: UDN, depois ARENA e agora o PSDB, o DEM e outros amigos do dinheiro, os habitantes da "Casa Grande", assim denominados por Mina Carta. Contra Getúlio houve mobilização social liderada pelos jornais e o rádio, o grande veículo de informação daquele momento. O massacre informativo levou o líder do Catete ao suicídio. Vargas cumpriu promessa feita aos que exigiam sua renúncia: "Daqui só saio morto". Carlos Lacerda foi o chefe do movimento, com direito a falsidades e mentiras contra o Governo. Com a caneta do jornal Tribuna da Imprensa em uma das mãos e o microfone do cargo de Deputado Federal na outra, Lacerda liderou o combate a Getúlio. O IPM (Inquérito Policial Militar), conduzido pelo Ministro da Aeronáutica, deu ao movimento o título de "República do Galeão". Contra João Goulart o povo se insurgiu levantado pelos jornais, o rádio e a televisão. No dia da renúncia de Jânio Quadros, o vice-presidente Goulart se encontrava na China, e houve tentativa da direita de impetrar um golpe institucional, sob o argumento de que o país estava sem comando. Frustrado o intento, os mesmos líderes e representantes do capital internacional, impuseram o parlamentarismo, e tiraram poderes de Goulart. Dois anos depois o povo votou pelo retorno do presidencialismo, restabelecendo o que previa a Constituição vigente. Mesmo assim, Goulart não conseguiu governar. Calúnias e difamação contra o presidente "populista" foram intensificadas, resultando o golpe militar de 1964 que instalou os tempos sombrios por 21 anos. O povo foi mobilizado com a liderança do jornal O Globo, que anos depois veio a público desculpar-se pelo erro cometido na época. De nada adiantou seu reconhecimento de erros contra o país, pois o mal e as consequências dos "anos de chumbo" se mostraram irrecuperáveis. Estamos em 2016 e a mesma Rede Globo, aliada a O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Veja, Isto é e Época, enfim os maiores veículos de comunicação da atualidade, fazem o mesmo movimento outrora feito contra Getúlio e Goulart. A diferença entre o passado e o presente está na associação entre a mídia, o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal. O núcleo anti-governo se fortaleceu. O quarteto forma a já chamada 'República de Curitiba", por estar naquela cidade o comando da operação Lava Jato, a cargo do juiz Moro, que investiga oficialmente a corrupção no Brasil. De fato, existem dois objetivos reais em curso: A destituição da Presidente Dilma Rousseff e a prisão de Lula, tornando-o inelegível em 2018. Investigar a corrupção é apenas a justificativa para perseguir Dilma, Lula e o PT. Fosse mesmo a intenção da Lava Jato eliminar a corrupção, não seriam deixados de lado os crimes cometidos pela oposição. O foco é único, o Governo e quem tem chances reais de sucedê-lo, podendo frustrar os anseios da direita. Atemoriza a Casa Grande a hipótese de Lula voltar ao Planalto e, por isso, segue cometendo arbitrariedades, tanto por parte da mídia consorciada em favor da direita, como pelo Judiciário que ignora a Constituição Federal. Na tentativa de retomar o Alvorada a qualquer custo, as atitudes da mídia não poupam malabarismos, omitindo fatos, ressaltando injúrias e mentido para macular imagens dos oponentes. Depois, é só desmentir o "equívoco", muito embora o mal já esteja feito e seja irreparável. Basta fazer um mea culpa algumas décadas depois, como fez a Rede Globo em 2013, retratando-se dos erros cometidos em favor do Golpe de 1964. Disse ela em editorial que "À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.” A Rede Globo debocha do brasileiro ao falar em democracia. Justamente ela, que através de seus colunistas já está invocando a presença dos militares (outra vez, como em 1964), para "garantir a ordem". Por certo, esperam que seus leitores, ouvintes e telespectadores acreditem piamente no que diz. Por outro lado, a Lava Jato precisa redirecionar seu foco e buscar os culpados. Pouco importa se governistas ou militantes da oposição, o lugar dos corruptos é na cadeia. Espera-se que haja lealdade, nas instituições democráticas, para com o país. Que a República de Curitiba encontre todos os culpados, não apenas os de um lado. Seria um marco histórico, tão ou mais brilhante que a operação Mãos Limpas, da Itália. A continuar como está, será apenas o veículo de interesses políticos de um grupo incompetente para a disputa pelo voto, e habilíssimo para o uso de meios anti-democráticos. Dilma Rousseff vai resistir? |
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