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Equipe Aqua ::: ANO 12, Nº 64 - PUBLICADO EM 14 DE MARÇO DE 2016 |
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Nas ruas um pingo de esperança
Foto: Internet
A intenção inicial era pôr na rua toda ira contra os erros do PT, contra Dilma e pedir a prisão de Lula. Esperava-se que os políticos da direita ali comparecessem e fizessem acalorados discursos, já em campanha e com olhos na cadeira de Dilma, especialmente Aécio Neves, o mais "puro" político do PSDB e mais ambicioso, quando se trata de morar no Alvorada. Aécio se fez acompanhar de Geraldo Alckmin. Lá, ambos arrebanhariam alguns pontos de simpatia rumo ao Planalto, já que almejam a mesma cadeira, sendo por isso adversários dentro do próprio partido. Como o momento convinha, uniram-se pela causa comum, derrubar Dilma. Era a primeira vez que a dupla se fazia presente a uma manifestação de rua, e não deu certo. O povo, ali representado pela classe média alta, os que ganham entre cinco e vinte salários mínimos e supostamente seus simpatizantes, surpreendeu a todos com vaias e apupos de "fora", "vagabundo", "ladrão de merenda" entre outros. Não mais que trinta minutos durou a presença da dupla que defende a moralidade da coisa pública, mesmo sendo seus membros citados em escândalos de corrupção tão graves ou mais que os dos oponentes. Embora posem de vestais da política brasileira, estão longe da santidade com que se "vendem". E por isso, o movimento de domingo foi além do que se esperava. Voltaram os desejos de mudança geral. Não houve espaço para oportunistas de qualquer partido, tal qual Junho de 2013. Isso mostra a similitude dos dois movimentos. A massa volta às ruas, ainda que desta vez, apenas com a presença da oposição, e clama por mudanças gerais. Voltam a ser exigidas as reformas que possibilitem um mínimo de moralidade e desenvolvimento. Querem que o país caminhe, cresça e fuja da paralisia em que se encontra. Querem mais, querem que tudo ocorra com nova classe política, com novos personagens a liderar e comandar. Basta dos atores atuais, eles são indignos de confiança e não primam pela honestidade, salvo raras exceções. O brasileiro aprendeu a manifestar seus desejos e contrariedades. Junho de 2013 foi um marco e ficou na história, por ser o momento da primeira manifestação a exigir ampla reforma. Com o ato desse domingo, mostra-se que a classe política pode ser cutucada. Basta o povo agir, ou reagir. Nada de comportamentos comodistas e passivos, assistindo à lavagem cerebral da mídia comprometida com o Grande Capital. O franceses dão exemplo e agitam as ruas de Paris, os turcos fazem o mesmo em suas cidades e recentemente assistimos à Primavera Árabe. Aqui o brasileiro tudo aceitava bovinamente. No entanto, parece que acordou. Se o movimento de um único lado, a direita, gerou ruídos nos palácios e parlamentos, imagine-se em conjunto, todo o povo atuando.
Com ações ordeiras e pacíficas, certamente haverá sucesso na
conquista de objetivos sociais e, quiçá, freada na corrupção. Diante do quadro político atual, de que resolve derrubar Dilma e o PT, colocando no comando o PSDB, o PMDB ou qualquer outro partido, governista ou da oposição? É preciso dose muito grande de ingenuidade para supor que os pregadores da moralidade pública, que de moralistas pouco ou nada apresentam, possam salvar o barco do naufrágio. Há que ser feita mudança geral com troca dos atores atuais, e ampla reforma que possibilite a efetiva independência entre os poderes. Os representantes investidos nos cargos públicos que aí estão, definitivamente, não inspiram confiança nem credibilidade. Quem sabe, uma Constituinte formada por pessoas não político-partidárias, representantes de segmentos sociais e econômicos, que torne inelegíveis os envolvidos em corrupção, processados, citados, delatados ou com qualquer viés de imoralidade? Seria radicalismo tornar inelegível toda a classe política atual que, afinal, é responsável pelo caos que vive o país? (Não, não seja ingênuo a ponto de admitir que somente Lula, Dilma e o PT tem responsabilidades). Impossível? Não, se o povo usar pacificamente sua força nas ruas, como fez em Junho de 2013 e Março de 2016.
DEFINIÇÕES: 1. Grande Capital: A junção da elite detentora do poder financeiro com setores da mídia, subjugada ao dinheiro daqueles, e seu projeto de domínio e controle popular; 2. Seletividade: Ato praticado por setores do Judiciário e da mídia que escolhem e definem quem é corrupto, protegendo os que lhe são simpáticos.
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Publicado desde 15 de Abril de 2004 |
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