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Equipe Aqua ANO 12 l Nº 69 l PUBLICADO EM 04 DE ABRIL DE 2016 |
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Michel Temer e um sonho de verão Quando Dilma Rousseff e Michel Temer foram ao segundo turno das eleições de 2014, circulou à boca pequena que o PMDB realizava reuniões secretas, lideradas pelo então candidato a vice. Organizavam meios para possibilitar a derrubada da futura presidente, se reeleita, e assim assumirem os destinos do país. Tratavam-se de informações jamais confirmadas que circulavam no boca a boca, acompanhadas de toda sorte de incredulidade e falta de procedência. No entanto, os fatos demonstram que em menos de ano e meio pós eleições, as atitudes do vice-presidente atual conspiraram deste os primeiros dias de mandado. No auge de seu comportamento aético e desleal, chegou a encaminhar carta à presidente, em Dezembro de 2015 e, em tom melodramático, fez "um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo". Depois de queixas contra o palácio, concluiu: "Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção". Com os boatos da época e as atitudes do vice durante o primeiro ano do segundo mandato, a Presidente não poderia ter confiado nele de forma alguma. Michel Temer tramou com as diversas alas do seu PMDB, com as oposições, e fez declarações que em nada ajudaram a fortalecer o governo para o qual foi reeleito com Dilma. Seu maior ato de "bravura" (contra si próprio) foi a ruptura que forçou o PMDB a sair do governo, colocando-o na oposição. Assumiu de forma clara e oficial seu trabalho em favor do impedimento de Dilma. Oficializou os próprios atos de traição. Com o sensor do pró e contra impeachment variando de um dia para o outro, temos no presente que a queda de Dilma já não é tão certa como se esperava dias atrás. As ruas, como dissemos em artigo anterior, podem decidir os rumos do impedimento e do país. Voltaram a se manifestar na última sexta-feira, (31/03), em defesa da Presidente. Como diz a Folha de São Paulo em editorial de capa deste domingo, (03/04), "o PT tem respaldo de uma minoria expressiva" que lotou a Praça da Sé e bradou que "não vai ter golpe, vai ter luta". Foi um claro sinal de que a derrubada de Dilma, em ato legal de impedimento previsto na Constituição, mas absolutamente ilegal pela falta de motivos concretos - onde afinal estão os crimes que o justifiquem? - trará balbúrdias sociais e prováveis conflitos cruentos. Em função das últimas manifestações pró Dilma, parte da mídia raivosa e anti-governo já sinalizou que o caminho do impedimento é perigoso e irreal. A Folha de S. Paulo, no citado editorial de capa, assume postura oficial propondo a renúncia de Dilma e Temer, para que se façam eleições em noventa dias. Não, sem antes remover "de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu que jamais poderia dirigir o Brasil." Se ao menos a sugestão propusesse eleições gerais a partir de uma improvável renúncia coletiva, seria aceitável a proposta do jornal. Mas com este Congresso, com os atores atuais que exalam os odores putrefatos da corrupção generalizada, impossível admitir que a Folha esteja falando honestamente e com boas intenções. Além do mais, depois de meses (anos?) tramando títulos e textos em favor do impedimento, o jornal assume postura, no mínimo curiosa, ao afirmar que "A Folha nunca defendeu o impeachment de Dilma". Oficialmente não, é verdade, mas de fato foi tudo o que fez em conluio com Veja, Estadão, Globo, Época, Istoé, enfim, a chamada Grande Mídia. Criaram um clima de balbúrdia geral no país a partir do Congresso Nacional, e comodamente culpam o Governo pelos males que enfrenta o país. Claro que Dilma tem demonstrado fraqueza, que a economia mundial não tem ajudado, que o PT roubou e que o país não pode ficar estagnado. Mas os políticos, incensados pela imprensa interesseira e com fortes comportamentos do que outrora se chamou de "imprensa marrom", e ela própria, a mídia, em nada têm ajudado em favor da democracia e do crescimento do país. O que se vê é um jogo de profundos interesses que unem adversários e até inimigos, para porem a mão no osso e se lambuzarem com as benesses do poder. Benesses estas que enlameiam também muitos atores palacianos do momento, sem dúvida. Mas a democracia deve prevalecer, o momento de cada um deve se subjugar a regras e prazos. Aguardar 2018 é imperioso para quem diz almejar o poder democraticamente. Se existe a sombra de um Lula possível candidato com fortes tendências à vitória - afinal foi o melhor presidente que teve o país, segundo pesquisas - é fácil derrotá-lo. Basta provar que são melhores do que ele.
Enfim,
Temer na presidência, no momento parece apenas um sonho de verão.
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Publicado desde 15 de Abril de 2004 |
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