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Equipe Aqua ANO 12 l Nº 71 l PUBLICADO EM 08 DE ABRIL DE 2016 |
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Do couro saem as correias Costuma-se criticar fortemente a classe política pela falta de lealdade, honestidade, integridade moral e outros qualificativos desabonadores. Aplicamos a ela toda sorte de adjetivos que a desonram, refletindo no entanto o que realmente são. Fisiologismo é o que não lhes falta. Tudo é feito em benefício próprio, jamais em favor de quem a colocou em cargos e postos públicos. Fotomontagem: TV Servidor
O maior exemplo do que estamos falando é o presidente da Câmara dos Deputados. Mas, nem precisamos de exemplos específicos. É consenso que a classe política está onde se encontra pelos interesses pessoais. O mais humilde dos eleitores sabe que a bajulação recebida, o aperto de mão e o tapinha amigável nas costas valem até o voto. Depois disso, o ilustre eleitor será um reles desconhecido, e o eleito passa a demonstrar o que realmente é: um lutador em prol dos interesses próprios. Diz-se que em Brasília estão os corruptos, os interesseiros e por ai vai. A pergunta que fazemos é: De onde saem os políticos? Simples responder. Daqui mesmo, da nossa rua, ou do nosso bairro, do nosso município, enfim, da sociedade da qual participamos. O político é um de nós. - Ah! Mas eu não sou corrupto, dirá o inconformado. Será? Furar a fila do cinema ou do futebol, não devolver o troco dado a mais pelo caixa do supermercado ou do ônibus, e outros tantos exemplos semelhantes, não são formas de corrupção? Quem não se valeu do famoso "jeitinho brasileiro" para usufruir benefícios em desfavor de outro? Quantos dirigem no acostamento para levar vantagem sobre o "trouxa" que fica na faixa normal da rodovia? O famigerado "zelador" de automóvel que exige pagamento para estacionar na via pública é um corrupto, tanto quanto os de Brasília. Aliás, falar de Brasília já é particularizar erroneamente. Qual o município ou estado brasileiro que está imune à roubalheira? Não existe. Tudo isso reflete o que cada um é. Faz parte da cultura brasileira aproveitar-se de todos os meios para usufruir vantagens. A famosa Lei de Gerson nos acompanha há décadas. O político nada mais é que um de nós posicionado no local onde as oportunidades estão escancaradas. Sem dúvidas, uns mais outros menos, como em tudo na vida. Há os que lutam ferrenhamente para lá se posicionarem, são os oportunistas. Os gananciosos. Mas, se qualquer um de nós lá estiver, suportará a pressão imposta pela cultura brasileira, pelo "levar vantagem em tudo", à moda Gerson? No Brasil atual, ser político é sinônimo de ser corrupto, desonesto, e isto já é opinião internacional. Investidores estrangeiros sabem que do lucro colhido no Brasil, parte tem que ser "reinvestido" na corrupção, em propinas. O que fazer? Um enorme e longo trabalho de base poderá reverter ou minimizar o quadro, pela educação. Não só pela educação formal, com as crianças na escola. Quem sabe uma campanha pelos meios de comunicação, começando com coisinhas simples, como o colocar lixo no lixo e não na via pública. Aliás, é costume condenar o prefeito pela sujeira da cidade, mas ele não é o único, nem o maior culpado. As novelas de televisão têm poder imenso sobre os hábitos sociais. A juventude é levada a seguir os exemplos dos "mocinhos" e "mocinhas" da novela. Não seria um bom caminho para disseminar mudanças sociais, modificar cabeças e eliminar o jeitinho de que tanto fazemos uso? Infelizmente, este é um caminho utópico. Quem faz novela, com exceções, é claro, não quer o bem social. Pelo que se vê, aí está para solapar a família, acusar falsamente, participar do "quanto pior melhor" e não aceitará fazer mudanças sociais em benefício de um todo. A escola pode promover mudanças. Sim, é difícil, quando se tem governos como o do Estado de São Paulo que luta contra o ensino, que fecha escolas, reduz verbas educacionais e achata salários dos professores. Ainda assim, a escola é um caminho. Apenas punir o corrupto não acaba com a corrupção. É como usar óculos, modificamos a consequência sem eliminar a causa. Se os olhos não forem curados, (há meios para isso, veja aqui), sempre se usará óculos. E alguém espertamente ganhará com isso, em prejuízo de outrem. Neste exemplo, em prejuízo de todos. Enfim, longe de querer defender os políticos, só os teremos honestos quando a sociedade for honesta.
Simples assim, ainda
que pareça utópico.
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Publicado desde 15 de Abril de 2004 |
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