O metrô e o Dr. Geraldo

São Paulo tem população e necessidades gigantescas, embora tenha serviços públicos desprovidos de grandeza. Telefonia, saúde, transportes, lazer, tudo fica aquém das necessidades. O paulistano se tornou um povo cordado e até o consideram amante de filas. É fila em farmácia, no supermercado, para tomar o ônibus, para entrar na estação do metrô, no cinema... E assim vai o paulistano.-

No metrô, além da fila se enfrentam constantes e prolongadas paradas nas estações e no meio dos túneis, “por necessidade operacional”, segundo informam. A bem da verdade, nem sempre informam e quando o fazem, pedem também “a compreensão de todos”, pois “assim que possível seguiremos viagem”.

No último grande transtorno que o metrô apresentou a seus passageiros - dia 04 de fevereiro de 2014, já no ano da Copa – os usuários voltaram a acionar a porta de emergência para tentar minimizar o calor sufocante e os efeitos claustrofóbicos causados a quem fica no meio da massa, confinado e apertado embaixo da terra numa caixa de lata. Haja estrutura emocional para suportar tal situação!

Depois, vem a público o Dr. Geraldo, ilustre governador de São Paulo, a dizer que houve atos de vandalismo. Estaria havendo um movimento “orquestrado” para desestabilizar as autoridades em ano de eleições.

O cidadão Geraldo Alckmin certamente nunca passou por situação semelhante, caso contrário pensaria melhor antes de pronunciar tamanha idiotice. Passe o governador de 10 a 30 minutas confinado embaixo do solo, diante de um botão vermelho que anuncia “porta de emergência” e depois nos diga se precisa “orquestrar” algum ato para tentar fugir ao terror.

O Dr. Geraldo menospreza a inteligência de seus súditos e mostra ser menos inteligente do que exige o cargo que ocupa.